Tatuagem, de Hilton Lacerda

tatuagem

:: Filme na programação do Festival do Rio ::
:: Filme na programação do Janela de Cinema ::

Entrevista com Hilton Lacerda
Entrevista com Irandhir Santos

Gente que pede a benção, que conta números, que paga as contas, que quer perder peso, que obedece ordens, que espera o sinal abrir e quando o sinal abre a pessoa fica lá, parada, pensando na benção, nos números, nas contas, no peso e nas ordens. E aí vem Hilton Lacerda com sua Tatuagem buzinar desordem em versos musicados nos nossos ouvidos. Se o sinal está verde, é hora de sair do carro e deixar as máquinas em ponto morto pra que você não fique morto também.

Tatuagem é um filme que tem tudo a ver com o que vivemos (ou apenas vemos) hoje nas ruas do país e do mundo inteiro. É alguém te puxando o travesseiro onde antes te cabia o minifúndio do grito. Sem o escudo do abafo, sua voz ecoa e, como diria Caetano, ganha liberdade na amplidão.

Abertamente inspirado nas experiências do Vivencial, grupo de teatro “das Olinda” dos anos 70, o primeiro longa dirigido por Hilton (roteirista maior da filmografia suburbana de Cláudio Assis) joga com as pequenas guerras da humanidade em favor da paz. Sem julgar, ele coloca no mesmo campo, e às vezes no mesmo corpo, a TFP e o desbunde, a mulher e o homem, a Lua e o Sol, o terço e a purpurina. Porque, e o diretor/roteirista parece entender isso muito bem, todo dia só começa quando bate a meia-noite.

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