O novo filme do mexicano Alfonso Cuarón é um daqueles títulos que para sempre serão lembrados na história do cinema por ter criado um novo paradigma de efeitos especiais. Tal como um dia foi Viagem à Lua, de Meliés, em 1902. Pois agora, 111 anos depois, Cuarón decide jogar o homem em nova viagem espacial para dar, ele próprio, seu grande salto na arte do ilusionismo. E que salto.
Estamos falando de um filme pipocão, escrito nos moldes Syd Field dos dois pontos de virada, três atos, lição de moral, sentimentalismos e o combo inteiro de uma história que aperta os botões certos para disparar nossas reações mais imediatas. Ruim? Sim e não. “Sim” se você quiser levar mesmo esse filme a sério como uma questão filosófica a lidar com temas do tipo renascimento, corpo, lar. Nesse aspecto, ignorem qualquer comparação com 2001, o filme de Kubrick. “Não” se você entender que Gravidade é tão-somente um excelente filme de ação com imagens nunca dantes navegadas pelo cinema. Cenas que irão te fazer contorcer dentro da sala.