Azul É a Cor Mais Quente é uma história de amor como qualquer outra. Mas assim como qualquer história de amor, é uma história como poucas. Para filmá-la, Abdellatif Kechiche estabelece um só critério como motor narrativo: o desejo. Existem várias outras medidas para contar a trajetória de um casal, mas claro está que o diretor, tendo ele mesmo esse olhar lúbrico diante de suas atrizes, está ali para tratar primordialmente do desejo, tesão, da pulsão dos corpos que colidem e se atraem.
Para tocar nisso, Kechiche usa de suas longas lentes e alcança os closes mais fechados possíveis nos rostos de seus personagens, dando significados extras a qualquer movimento dos olhos e das bocas insistentemente focadas. A ausência ou o transbordamento do tesão será visto em planos que namoram esses detalhes.