A Mulher do Policial, de Philip Groening

Mulher do Policial

:: Filme na programação da Mostra SP ::

Pretensioso, enervante e, sim, misógino. Com vocês, o vencedor do Prêmio do Júri em Veneza deste ano. Um filme cujos poucos respiros de câmera não apenas parecem canonizar plasticamente a violência contra a mulher e, por tabela, a absoluta subserviência da figura feminina, como o faz achando que fatiando a narrativa em 59 minúsculas fatias de cenas – Fluência dramática? Pra que? – sua forma poderia ser tão violenta com o público quanto a história é com a tal mulher do policial. Termina que ambos, meio e mensagem, se afogam na presunção de tentar apresentar algo novo.

Para deixar claro: os já citados 59 “capítulos” são todos introduzidos e finalizados com fades e duas legendas entre cada: Fim do capítulo 1, Começo do capítulo 2… E assim por diante em 175 minutos de filme. Alguns desses capítulos registram apenas cenários. A geografia apresentada, seja na floresta ou nas organizadas casas de tijolo aparente, se pretende tão idílica quanto a família do policial, sua mulher e a filha pequena, Clara. Até que no capítulo 9 entendemos que o jovem policial não é exatamente o rapaz da propaganda de margarina.

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