Há quatro sequências-chaves que dão o beat e o relevo sentimental de 120 batimentos por minuto. Em todas elas, um elemento em comum: a pista de dança. Robin Campillo, diretor e roteirista do filme, sabe exatamente reter a energia de todos os significados desse elemento e com ele simultaneamente condensar e expandir o arco dramático dos personagens em cena. Porque não se trata de uma pista de dança qualquer. Falo aqui de uma pista de dança gay e das redenções que ela faz pulsar e suar. A ideia, portanto, é tentar entender como, a partir dessas quatro sequências que, de forma bem pontuada, dividem o filme e seus dois personagens centrais em quatro distintos momentos, Campillo fez um dos mais lindos trabalhos cinematográficos não apenas sobre a Aids, mas sobre ser um corpo que resiste porque dança e que dança pra poder existir.
120 batimentos por minuto, de Robin Campillo
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