Nós Somos os Melhores, de Lukas Moodysson

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:: Filme na programação do Festival do Rio ::

Lukas Moodysson tem uma mão boa para lidar com toda aquela bagunça emocional/hormonal de meninas entre a pré-adolescência e a adolescência em si. Prova 1: Amigas de Colégio (1998), um raríssimo filme excelente em uma muito fraca filmografia lésbica, se é que ela existe. Prova 2: Lilya 4-Ever (2002), um título tenso e bem menos otimista que Amigas de Colégio, mas tão precioso quanto. Prova 3: Nós Somos os Melhores (título brasileiro estranhamente traduzido em gênero masculino), seu mais novo filme, não tão cuidadoso quanto os dois primeiros citados, mas certamente um respiro daquela rebeldia genuína e espontânea desse entrelugar entre a infância e a vida adulta, aqui no corpo de três meninas que, em meados dos anos 80, ainda acreditam no punk.

Digo respiro porque é preciso se livrar um pouco das marcações de cena em filmes com adolescentes. E Moodysson sabe fazer isso. Não apenas porque consegue dirigir as meninas e deixar elas à vontade, mas porque é tão inquieto em sua câmera quanto elas. E sim, o zoom é sempre seu amigo. E outra, vamos combinar: no esplendor dos sintetizadores e das pistas de dança, um argumento que traz meninas entre 12 e 13 anos que decidem montar uma banda punk é algo que, isoladamente, já merece toda nossa atenção.

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