Estreia da semana: A Caça, de Thomas Vinterberg

A Caca

O cinema de Thomas Vinterberg sempre teve algo de menino pedante e presunçoso que, conta a História, já funcionou muito bem em vários filmes. Membro daquele núcleo original da turma dinamarquesa do Dogma 95 (e para todos eles a presunção caiu como uma luva), Vinterberg se viu muito novo recebendo carta branca em Hollywood para fazer o que quisesse, de onde surgiram grandes equívocos (o tal Dogma do Amor, título tão ou mais infeliz que o filme) e equívocos mais amenos (Querida Wendy, que menos mal me fez passar uma temporada ouvindo The Zombies todos os dias).

Todo esse pé atrás de primeiro parágrafo para falar que A Caça, filme de Vinterberg que estreia esta sexta no Brasil, é possivelmente o que há de melhor e mais maduro no trabalho desse diretor. Assim como fez em seu anterior Submarino, o diretor está de volta à Dinamarca para falar das coisas que não se dizem em voz alta, das fraturas do moralismo. No que, aí sim, reaproxima Vintenberg daquele mal-estar do Dogma, do povo que te julga pela fresta da cortina.
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